domingo, 15 de maio de 2011

Embriagues

Nós estávamos sendo observados pela janela
A rua parou e os vizinhos indiscretos parados atrás de suas sombras
Cada qual suspeitava de alguma idéia ridícula
Sua saia curta estava toda amassada.
A blusa molhada deixou mais intensa sua falta de censura
Ria indiscreta e embriagada pela via
Embaralhava pés e calçada
Sua pele salgada já perdia as cores sadias
E cantava como quem não sente vergonha
Mas já era tarde e incomodava quem dormia
Bailando solta não conhecia espaço nem gente
Cada gole da sua angustia diluída dentro da mente
Anestesiada não havia historia para contar
Estado passado e futuro incoerente
Os dedos frágeis e dormente
Saudava os gatos com nobre pureza
Acenava para o nada e caminhava se guiando pelas estrelas
Mas era tarde,ninguém ligava para o espaço
Ao longe os pontos de luz corriam de um lado para o outro
O vento atravessava frio seus joelhos
Reflexos humanos fugiam pelas paredes
Não queria escadas,não sabia a altura dos passos
Nada de conforto e o que era riso a noite apagou
O silencio era a banda da sua voz alegre
O vazio era o palco da sua historia presente
Havia portas em cada casa,havia tantas moradas para entender onde estar
Tempo para modelar uma lembrança
Onde te deixei?

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