quinta-feira, 7 de julho de 2011

Protesto contra o Silêncio

   
O tom dos pensamentos 
É o dialogo passageiro,
Entre os corações em silêncio.
A eloqüência dos olhos que dizem mil palavras, 
Na velocidade de um segundo.
Em tudo aquilo que resistimos falar,
Esta escrito em cada ação de nossas mãos ansiosas em movimento.
No concreto formado sobre o músculo resistente,
Insistente reforma na organização dos elementos.
Composição humana de cores naturais.
De seres humanos decifrando atitudes animais,
Das coincidências insistentes de tempos iguais...


Sem conflito esqueço os versos
Deixo viver o fluido da existência
Sem resistir ao que insiste a consciência em imaginar
O que leva a todos falar quando a resposta 
Sem ser dita permanece escrita na sensibilidade do olhar.

Uma das Minhas Esperanças.

Te vejo por toda parte
Para onde foge minha visão 
Te vejo esperar
Você permanece sempre entre as visões escuras da noite
Ainda que nem sempre esteja lá
Espero-te em cada esquina
De todos os cantos te vejo passar
Todas as formas me lembram seu corpo
Na alucinação ansiosa encontro em cada detalhe parte do sonhar eterno
Um instante a mais aguardo e ainda assim nem passa por mim
O coração acelera
Os olhos iludidos por reflexos inferiores 
Se agitam e ficam sem esperança
Quando próximo da distancia exata
Desaparece a forma 


E sei que não fugiu
Lembro das pistas deixadas
Das coisas largadas entre os sinais do seu jeito


Para onde eu olhar irei te ver
Não se esquece a intensidade,a vontade do que se planeja viver
Ainda desejo tanto
E resisto fugir de seus encantos...


Esse tédio que me penetra
Devora a segurança da certeza
Engole meus dedos nas letras rabiscadas pela parede
Me faz esquecer das verdades
Engana meus pés para caminhar entre trilhas do escuro presente
Sempre tão só...
Ainda que sempre viva entre todos
Sempre sem ninguém...
Na busca das coisas que me fizeram esquecer


Sempre aprendo com meus delírios 
Mas as vezes acredito que eles planejam assassinar minha lucidez
Eles fogem de meus olhos sem brilho
Acredito que tenham medo do universo que criei para mim


E meus anjos são sempre calados
Eles vivem isolados em minha terra interior
Os prendi nos galhos das arvores de outono
Que consagram meu templo de dores e rancor
Carrego o peso de ser assim
Parte desse céu que outros desenharam entre flores
Sem viver exatamente nesse ritmo de estação
Daquilo que em constante movimento sempre passa
E jamais permanece sempre belo no instante divino.
 vem me dar seu colo,me acolher em seu olhar que pede socorro,que me diz baixinho com aquele brilho curioso querer me ver abrigado em suas mãos...vem aquecer meu tédio,me envenenar com esse remédio que disfarça minha pressão irregular,desse coração singular sem medidas certas para o amor.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Invertido na minha Cama.

Não me fale de amor
Quero o silencio das flores a me perfumar
Ser minha cor preferida nesse labirinto de gostos
Ser oposto dessa dor que cativa.

Não me ame por favor
Lhe farei gemer pela dor dos espinhos em minha fala
Pelo falo primitivo que fere sua alma
Entrarei contagioso e mortal em seu destino

Tens coragem em assistir meus crimes?
Fica embriagada de planos de me converter
Fazer desse meu atalho para o louvor do prazer
Ópio e lucidez na sua vertigem.

Me deixe no escuro
Nesse mundo puro das criações platônicas
Do incesto com minha fêmea atônita de pudores
Dos rumores que ficam na trilha do destino.

Ensina-me o versos românticos
Da semântica desenhada com letras finas
Curvas e inclinação para verbos inquietos
Finalmente compostos por orações intransitivas.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Exausto pela Cidade.

Respiro poeira
Restos soltos de meu passado
Pintando de cinza meu mundo novo
Marcando o esquecimento
Lembranças caoticas dessa metropole
De um céu palido
Que se asfixia com um brilho nublado
Vapor das nuvens escuras de carvão
Parado em meu limite
Ja não percebo as paredes
Os cantos que definem meu espaço sobrevivente
Questiono essa paz
Silêncio monótono que creio ser estéril

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Cretino

Não sei mentir,
Mas aprendi bem dissimular.
Lento como um “recém-cegado”
Ia tateando palavras fictícias para lhe agradar.


Curtia sua inocência
Numa digna ousadia calculada.
Refino sua essência infantil 
Num faz-de-conta que sois minha amada.

Crendo satisfazer-me pelo prazer desprendido,
No colchão,as coxas tremiam por gritos agoniados.
Experimentava destemida,remoto prazer sem sentido,
Dava o cumulo daquilo que não havia guardado.

Se houve paixão em minha vida antes de existi-La?
A voz constrangida questionava com coração sufocado.   
-Você me ama? 
-Te consumo sem medidas,mas no dia seguinte jamais espere um recado.

Enfrentar o Escuro.

 Delinquente...
 Ausente da minha razão,
 Caminho sob gotas escorrendo
 Saltam como suicidas do coração.

 Correndo pela face,
 Esses traços seguem distantes,
 E se perdem bem perto de cada ilusão.

 Ja sem perceber,
 Eu vivo cativo,
 Evito pensar no excesso,
 Sinto o progresso da minha ausência,
 Longe do reflexo,que desaparece no espaço.

 E quando fiz de conta esquecer
 Tudo o que fiz foi conservar no medo
 Os ferros letais,os gritos imorais,as lâminas fatais.

 Matei minha culpa,
 Assassinei os versos confusos,
 Despertei meu espirito primitivo,
 Resolvi ao modo alegórico dos românticos.