quarta-feira, 29 de junho de 2011

Cretino

Não sei mentir,
Mas aprendi bem dissimular.
Lento como um “recém-cegado”
Ia tateando palavras fictícias para lhe agradar.


Curtia sua inocência
Numa digna ousadia calculada.
Refino sua essência infantil 
Num faz-de-conta que sois minha amada.

Crendo satisfazer-me pelo prazer desprendido,
No colchão,as coxas tremiam por gritos agoniados.
Experimentava destemida,remoto prazer sem sentido,
Dava o cumulo daquilo que não havia guardado.

Se houve paixão em minha vida antes de existi-La?
A voz constrangida questionava com coração sufocado.   
-Você me ama? 
-Te consumo sem medidas,mas no dia seguinte jamais espere um recado.

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